sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Travessos


Sorri, quando me lembrei dos lençóis
Em desalinho
Amassados, amarfanhados
úmidos de paixão
De desejos e
De tesão
Testemunhas mudas
Eloquentes
De momentos
Que me reviram, revolvem
Entorpecem a mente
Me fazem reviver
No presente
Seu hálito quente
Seu corpo febril
Seus pecados surdos
Me deixando desnudo
Me tirando a razão
Sim, sem ouvir o que deve
Seduzir, corromper
Não compreender
Que a vida é só sofrer
Rebelado contra esta pobre máxima
Me tira do mundo sério, sisudo
Me inocula o vírus da loucura
Vírus do que se dane
Arranca seriedade, solidão e sofrimentos
E levito entre o ser e o não
Difícil me reconhecer
Nem sabia que sabia
Só deixei acontecer
Travessuras,
Brincadeiras sem medidas
Sem barreiras
Aprendi mais uma vez
Sorteei de vez
Colhi o melhor fruto
Do pomar dos seus sonhos
Seu leque de opções
Santas e obcenas
Sinceras, falsas, sacanas
Aí, a saudade me deixou
Quase louco de vontades
De te ver de novo
Reviver esta paixão desesperada
Experimentar
Tudo mais uma vez
Jurando que não seria
Mais que uma vez
Só mais umazinha
Talvez
KKKKKK

Por Ronald Ramos
Rio de Janeiro, RJ; em 01 de outubro de 2010 às 19:35H



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