quarta-feira, 9 de março de 2011

Pierrot



O Pierrot

Eu sou aquele Pierrot
Que queria e não te beijou
O carnaval passou
Vieram as cinzas
O vendaval da vida as levou
Páginas e páginas da folhinha viraram
Vieram as chuvas e o sol
Brilhante, quente
Também passou, como o verão e as
Andorinhas, também, as borboletas, que voaram
Cores e flores
Desbotaram
E vieram natais, revellions e carnavais
Até a árvore, que era frondosa
Adoeceu e morreu
Tudo se perdeu
Agora, nas águas de março
Num capricho da vida
Sem máscaras
Todas elas caídas
Revejo e aos beijos
Cheios de desejo
Consumamos o que ficou
Na poeira do tempo
Solto ao vento
Amamos muito
Corpos sedentos
Finalmente o alento
Do amor
Espanando poeiras
Recuperando tempos
Regando, aplacando a secura
Com sua seiva madura
Calma e sem loucura
Na volta da roda viva
O que tem que ser, será
Pode demorar
Demorar
De repente, será.






Por Ronald Ramos

Nenhum comentário:

Postar um comentário