domingo, 20 de fevereiro de 2011

Erros dos Acertos



 Erros dos Acertos


Errei sim
Me mantive aceso, coeso
Centrado em mim mesmo
Mesmo em mim
Era só dor e desespero
Me perdi em você
Nos seus caminhos vaguei
Identidade sem número, sem sentir
Me fiz um capacho
Um diacho
Sem amor
E você, não estava, não pensava
Em nada que me rodeava
O que fui?
O que sou no seu mundinho bicolor?
Se importava com minha dedicação?
Com meu amor?
Fui para ti, o que sempre fui
Passatempo gostoso
As vezes doloroso
Não passou disso, ou foi tudo isto
Retrato certo de sua incapacidade de amar
Alguém que não veja no espelho
Na hora de se maquiar
Se lembra de como
Nos conhecemos
Do primeiro beijo que trocamos?
Me lembro bem
Sangue correndo quente nas veias
Pressão surda, tapando ouvidos
Coração disparado
Quase saindo do peito
Prazer intenso, turvando sentidos
O que significo
Signifiquei para quem me entreguei
Sem reservas, todo eu
Com tudo meu
Acertei na escolha
Acertei nas certezas
Nos caminhos traçados
Descaminhos
Agora sei
O que restou foi um trapo
Despedaçado
Atirado ao chão
De onde renasço, qual phênix
E agora
Do alto te vejo
Tão pequena, tão frágil
Tão só.



Por Ronald Ramos
Rio de Janeiro, RJ; em 16 de fevereiro de 2011

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