sábado, 13 de novembro de 2010

Não Mais

es tan corto el amor, y es tan largo el olvido
Pablo Neruda

    Então é assim? Depois de tudo, é só isso que resta? Como pode um amor daqueles, um amor grande daquele jeito, um amor devotado em todas as suas mínimas e ínfimas ações, um amor de braços largos, feitos pra abraçar apertado, como pode um amor daqueles ter sido reduzido a esse quase nada? E aí nos esgueiramos, rasgando os joelhos, sangrando a carne, rastejamos por entre os escombros e os minúsculos estilhaços que restaram depois da implosão, procurando loucamente por alguma migalha, por menor que seja. E elas são pequenas sim, mas nos interessam, nos alimentamos dela, com toda a fome do nosso espírito, mas isso não nos sacia, porque é quase nada, e estávamos acostumado com o quase tudo, o quase maior amor do mundo, o quase beijo mais longo do mundo, o quase olhar mais sincero do mundo. A história quase sem final. Quase.

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